terça-feira, 30 de outubro de 2007

baforadas de orégano


..."os tralfamadorianos viajaram até aos confins do universo e só na Terra se fala de livre-arbítrio"...
Slaughterhouse 5 or the children’s crusade” - de Kurt Vonnegut Jr.

Assistindo programa do Lobão na MTV debatendo a maconha, um especialista da área comentou de pesquisa australiana, mostrando que 10% do usuário médio desde os 15 anos, estatisticamente terá problemas psicóticos no futuro, o que é considerado um número altíssimo, além de potencialmente ser mais perigoso pros pulmões do que o tabaco. Ele também comentou sobre a discussão da liberalização, dizendo que ela já existe tacitamente. Moro num lugar (num mundinho particular) em que a droga não está tão perto. Tempos atrás ia numa cidade em que isso era banalizado, gente usando quase que abertamente, e as outras pessoas acatando levianemente, futilmente, como "anormal" não ser assim. Mesmo aqui na internet, a aceitação das drogas (as liberadas - alcool e cigarro, tem até nos perfis de relacionamento, beber "socialmente" é alardeado por todos) é tácita.
A idéia quase geral de que os seres humanos têm livre-arbítrio, é assim:
- tudo o que acontece, incluindo todas as escolhas e ações humanas (grifo meu), é determinado ou causado por acontecimentos ou circunstâncias anteriores;
- que se as nossas ações e escolhas são determinadas, não são livres;
- que não somos moralmente responsáveis por ações ou escolhas que não são livres.
Uma outra corrente de pensamento resolve o problema negando que tenhamos livre-arbítrio, concluindo que de fato não somos moralmente responsáveis pelas nossas ações ou escolhas. Dizem isso porque estão convencidos de que o determinismo é verdadeiro e o livre-arbítrio é então uma ilusão.
Assim, chamam a atenção pra experiências e crenças comuns que parecem implicar que:
- as coisas se comportam de uma forma regular ( o baseado que se fuma não faz as coisas serem doces num dia e amargas no dia seguinte),
- para o comportamento humano diário (pilotos de corrida podem escolher dirigir bem fumando um baseado ?),
- e também pro sucesso da ciência na descoberta de relações causais (não podemos escolher bater os braços e sair voando pra Lua, depois do baseado, apesar das tentativas).
E se livre-arbítrio for possível apenas nas situações morais típicas?
Esse ponto de vista permite considerar as pessoas moralmente responsáveis pelas suas ações , sentindo "livres" quando fazem escolhas morais.
A concepção pertinente de liberdade da vontade é que somos livres quando escolhemos e fazemos o que queremos fazer e não somos forçados ou compelidos contra a nossa vontade.
Mas ai existe dois tipos de compulsão ― interna (pessoal) e externa (sociedade) ― conforme a força compulsória, pode ser interior ou exterior.
Ora, quando temos de decidir na vida diária se as pessoas devem ser consideradas responsáveis pelo baseado que fumaram, não perguntamos se as nossas ações são causadas mas antes se são ou não compelidas ou forçadas.
Quando as pessoas fazem o que querem fazer, sentimos que são moralmente responsáveis pelo que fazem?

3 comentários:

Meire J. Costa disse...

Zé, eu acredito fielmente no nosso livre-arbítrio e em TODAS as circunstâncias. Sou contra todo e qq tipo de proibição, mas sinto q ainda não estamos preparados para viver a liberdade plenamente.
Não sou santa e muitas vezes tb sinto vontade de "fazer besteiras" e se não as faço, não é meramente por medo das sanções (falando materialmente) ou consequencias (espiritualmente). Se não as cometo é pq tenho discenimento suficiente q me impede de cometer algo q me prejudique ou a outrem.
Este é o grande lance do livre-arbítrio: no momento q vc passa a ter este discernimento, entre o q é bom e o q é ruim, ele começa a existir.
Analisando assim, vejo q todos somos livres, todos temos a faculdade de optar, mas seremos apenas responsáveis pelos atos "errados" cometidos conscientemente, e aí meu amigo, só mesmo vc para saber até onde vai a sua verdadeira ignorância...
Nosso maior algoz é a nossa própria consciência, q nos pune e nos culpa sem direito à apelação.
Mesmo acreditando na reencarnação, q viemos aqui com a nossa "programação" meio acertada, creio q possamos mudá-la conforme as nossas atitudes, é aí q exercemos o nosso famigerado livre-arbítrio...misturebei muito, né?

zé betti disse...

e quais circunstâncias? ser contrário à liberalização da droga, por exemplo, não é uma proibição? eu sou contrário.
sei não, livre arbítrio no fiofó dos outros é refresco..
mas coisa que me apoquenta as vezes, é essa "programação meio acertada". vai entender semântica, né...

Meire J. Costa disse...

Zé, eu só não sou totalmente a favor da liberação das drogas, pq sei q muita gente ainda não tem o tal discernimento e maturidade para viver livremente. Muitos ainda são influenciados por fatores externos e mesmo sabendo estarem fazendo algo ruim, continuam fazendo. Aí, não tem jeito. O melhor é proibir mesmo.
Sou muito criticada pelo jeito de educar a filhota: não a proíbo de nada. Eu a conscientizo e a torno responsável por suas escolhas. Me culpam de estar amadurecendo-a depressa demais, queimando etapas. Daqui uns anos volto aqui para te contar no q deu, mas até então tem dado certo o meu lema de "Proibir, não. Conscientizar, sim", educar é ensinar a saber errar e consertar o erro, o contrário q pregam, "educar é ensinar a fazer o certo", é utopia...afinal, quem não erra?

Qt à "programação meio acertada", dentro de meus conceitos misturebas, creio q qd reencarnamos somos praticamente "puxados" para onde temos afinidade. Acredito muito q essa energia q pensamos gera um campo vibratório, onde iguais atraem iguais. Assim, ao reencarnarmos iremos ser atraídos ao campo vibratório q criamos na última passagem pelo corpo físico. Nossos desafetos, ou amores, não precisariam ser exatamente aqueles espíritos q conviveram conosco, mas sim espíritos q vibram semelhantes àqueles q nos rodearam e q nos fizeram bem ou mal.

Na medida q aprendemos a conviver e a superar as dificuldades com boas energias, vamos criando um novo campo para uma próxima reencarnação. E muitas vezes conseguimos mudar até esta mesma...

Haja mistureba! rsrs